quinta-feira, 11 de março de 2010

Viagem de comboio.

Algum tempo atrás, li um livro que comparava a vida com uma viagem de comboio.
Uma leitura extremamente interessante, quando é bem interpretada...

Vi que a vida não é mais do que uma viagem de comboio: repleto de embarques e desembarques, salpicado por acidentes, surpresas agradáveis em algumas estações e profundas tristezas noutras.
Ao nascer, subimos para o comboio e encontramo-nos com algumas pessoas que acreditamos que estarão sempre conosco nessa vagem: os nossos pais.
Lamentavelmente a verdade é outra.
Eles sairão em alguma estação, deixando-nos orfãos do seu carinho, amizade e da sua companhia insubstituível.
Apesar disto, nada impede que entrem outras pessoas que serão muito especiais para nós.
Chegam os nossos irmãos, amigos e esses maravilhosos amores.
De entre as pessoas que apanham este comboio, também haverá quem o faça como um simples passeio.
Outros, só encontrarão tristeza nessa viagem...
E outros também, que circulando, pelo comboio, estarão sempre prontos para ajudar quem precisa.
Muitos quando descem do comboio, deixam uma permanente saudade...
Outros passam tão desapercebidos que nem reparamos que desocuparam lugar.
As vezes, é curioso constatar que alguns passageiros, que nos são muito queridos, se instalam em outras diferentes carruagens, diferentes da nossa.
Assim, temos de fazer o trejecto separado deles.
Mas, nada nos impede que, durante a viagem, percorramos a nossa carruagem com alguma dificuldade e cheguemos até eles...
Mas lamentavelmente, já não nos poderemos sentar ao seu lado, pois estará outra pessoa a ocupar o lugar.
Não importa, a viagem faz-se deste modo: cheio de desafios, sonhos, fantasias, esperas e despedidas... mas nunca de retornos.

Então tento fazer esta viagem da melhor maneira possivel...
Trato de me relacionar bem com todos os passageiros, procurando em cada um o melhor deles.
Recordo sempre que em algum ponto do trajecto, eles poderão hesitar ou vacilar e, provavelmente vou precisar de os entender.
Como eu também vacilo muitas vezes, sempre haverã alguém que me compreenda.
No fim, o grande mistério é que nunca saberei em que estação vou sair, nem, muito menos onde sairão meus companheiros, sem sequer, aquele que está sentado ao meu lado.
Fico a pensar se quando sair do comboio, sentirei nostalgia...
Acredito que sim!
Separar-me de alguns amigos com quem fiz a viagem será doloroso. Deixar que meus furutos filhos sigam sozinhos, será muito triste. Mas agarro-me a esperança que, em algum momento, chegarei a estação final principal e terei a grande emoção de vê-los chegar com uma bagagem que não tinham quando embarcaram.
O que me fará feliz é pensar que colaborei para que sua bagagem crescesse e se tornasse valiosa.
Tento fazer com que a minha estadia nesse comboio seja tranquila e que tenha valido a pena.
Esforço-me para que, quando chegue o momento de desembarcar, meu lugar vazio deixe saudades e belas recordações para todos os que continuam a viagem.

A vocês meus parceiros...
Desejo-lhes uma boa viagem!

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