terça-feira, 23 de novembro de 2010

transitoriedade
o novo a cada instante
tempo acelerado
ausência do presente
- que não cabe entre os segundos
passado/futuro
movimentos automáticos
instintos de uma máquina
ações instantâneas
reflexos não pensados
liga/desliga
nada é longe
a distância é uma tela
os caminhos são fios
os passos são impulsos... elétricos
a música é digital
o ritmo é uma batida
a noite não é escura
o sol é um neon
as vontades são pop-ups
endereço não é rua, é www
beijos sem saliva mas com bytes
(megabytes)
sexo sem toques
mas com clicks

ENTER

o amor é virtual
filhos clonados
sentidos robóticos
consciências deletadas

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Sobre a nudez da alma

Não consigo esconder.
Não sou capaz de camuflar esses sentimentos que afloram em minh'alma.
Sou transparente. Cristalina. Diáfana. E todos os demais sinônimos.
É mais que evidente a mudança de comportamento.
Se estou longe, logo fico amuada. Se estou perto, fico atordoada.
E mais uma vez, todos percebem.
Assim, me sinto nua.
Meus anseios, expostos. Meus medos, revelados.
Uma ação, me denuncia. Um olhar, me incrimina.

Eu só peço algumas vestes. As mais simples que forem... não me importo.
Se puder, também me arranje algumas máscaras.